Teve início hoje (23/10) o I Simpósio Brasileiro de Especialidades Emergentes, na Universidade de Fortaleza (Unifor). A ação do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), com o apoio do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado do Ceará (CRMV-CE) e Unifor, busca fomentar conhecimento entre estudantes e profissionais médicos veterinários e zootecnistas, além das instituições de ensino, sobre a importância do fortalecimento dessas áreas de atuação.
Com o tema "Áreas emergentes: ensino e mercado de trabalho" o I Simpósio debate tópicos como apicultura, aquicultura, animais de laboratório (biotérios), Medicina Veterinária Legal, entre outros. Os participantes discutirão também sobre as especialidades nas profissões; a atualização do profissional no mercado de trabalho; e o interesse dos estudantes a temas emergentes.
“O Sistema Conselho Federal de Medicina Veterinária e os Conselhos Regionais tem tido a preocupação em aprimorar o conhecimento dos profissionais, principalmente dado a grande expansão do ensino da medicina veterinária no Brasil. Aqui no Ceará não é diferente. Hoje, estamos contando com dez cursos, entre aqueles em funcionamento e já autorizados. Nossa preocupação é que em nenhum projeto pedagógico desses cursos temos observado essas áreas emergentes contempladas. Com esse evento, queremos despertar na direção dos cursos, no ensino da medicina veterinária, as oportunidades que estas áreas trazem”, afirmou Célio Pires Garcia, presidente do CRMV-CE.
A programação conta com participação de renomados palestrantes de diversos lugares do país para abordar assuntos das áreas emergentes. Carlos Alberto Muller, presidente da Comissão Nacional de Especialidades Emergentes, contou como surgiu a ideia do evento. “A intenção de fazer esse Simpósio vem de um projeto de três anos atrás, quando fizemos um levantamento das especialidades emergentes. Formamos uma comissão, inicialmente com quatro membros, e começamos a fazer os levantamentos dessas especialidades junto ao Ministério de Educação e Cultura e das Universidades. Nesse levantamento verificamos que essa é uma área muito sensível, que temos que estimular o conhecimento para melhor proporcionar formação e atuação dos nossos profissionais”, declarou.
Sobre o deficit de profissionais inscritos no CRMVs nessas áreas, Benedito Fortes de Arruda, presidente do CFMV, explicou que a grande preocupação da instituição é que a Medicina Veterinária tem um espectro muito abrangente e infelizmente as instituições de ensino não se preocupam em possibilitar cursos de pós-graduação e disciplinas de graduação para fomentar um conhecimento mais profundo dessas áreas. “Como nós sentimos uma dificuldade enorme aqui no mercado de trabalho em função de encontrar profissionais que possam preencher essas vagas, estamos trabalhando nesse sentindo, a fim de mostrar não só aos egressos, como os acadêmicos, que há um mercado muito bom para que eles possam desenvolver suas atividades”, completou.
Diretor do Centro de Ciências da Saúde da Unifor, instituição que sedia o evento, Flávio Ibiapina, afirmou que “é com grande honra e prazer que a instituição de ensino sedia um evento dessa magnitude, com as propostas dos Conselhos Federal e Regional de Medicina Veterinária que permitem sinalizar para os alunos estas formações”, disse.
Dentro das atividades do Simpósio, foi realizada, ainda, a entrega da maior honraria que médicos veterinários podem receber no país, a premiação Paulo Dacorso Filho, aos médicos veterinários Paulo Cesar Augusto de Souza (edição 2017) e Cláudio Severo Lombardo (edição 2016), pelos honrosos serviços prestados à Medicina Veterinária no Brasil.
Com a realização do simpósio, o Conselho pretende intensificar ações para melhoria da formação e valorização da Medicina Veterinária e da Zootecnia. A instituição também espera que os participantes tenham maior consciência da importância do seu papel e fomente em sua matriz curricular conteúdos específicos referentes aos temas abordados durante esses três dias de evento.