O CRMV-CE alerta sobre os danos causados à fauna cearense com o crescimento das cidades e faltas de políticas públicas voltadas para a preservação e manutenção da vida silvestre do Estado. De acordo com o Programa Cientista-Chefe, da Secretaria do Meio Ambiente do Ceará (Sema), que compartilhou lista com análise de 126 mamíferos terrestres no território cearense, animais como a Anta e o Tatu-Canastra foram extintas do Estado, assim como também deve ter ocorrido com a Onça Pintada, o Queixada, o Tamanduá-Bandeira e as populações nativas do bicho preguiça.
“O CRMV-CE reforça a importância do equilíbrio entre as práticas que promovem o bem-estar do homem, dos animais e meio ambiente. Existe uma interdependência entre as espécies e, quando desequilibramos essas relações, podemos ter reflexos nos micro e macro ambientes, inclusive levando a extinção de animais e causando danos diretos também aos seres humanos” , declarou o Presidente do CRMV-CE, Francisco Atualpa, lembrando a importância da saúde única para a promoção da vida em ecossistema.
O Gestor ainda reforçou a necessidade de políticas públicas que coloquem os animais e o meio ambiente em grau de importância para a promoção da Saúde Única. “Apesar de o ser humano ser visto com prioridade, o poder público precisa ter políticas públicas mais efetivas, com maior combate aos processos que causam os desequilíbrios à nossa fauna e flora. Deve, por exemplo, inibir práticas de contrabando, de invasão às áreas selvagens, contratar profissionais médicos-veterinários, únicos habilitados para lidar com a clinica, diagnóstico e com a temática completa de forma profunda, para atualizar suas políticas públicas e implementá-las no dia a dia”, completou.
Além dos animais citados, estão entre animais mamíferos em risco de extinção no Ceará o Quati, o Morcego (Chiroderma vizottoi), o Esquilo da serra/Caxinguelê (Guerlinguetus brasiliensis) e o Tatu-bola (Tolypeutes tricinctus).
Diversas são as causas que levam a extinção de animais, como a destruição dos habitats silvestres, mudanças climáticas, caça e tráfico ilegal, fenômenos demográficos estimulados, ou não pelos seres humanos, entre outros.
*Saúde Única*
A Saúde Única representa uma visão integrada, que considera a indissociabilidade entre saúde humana, saúde animal e saúde ambiental. O conceito foi proposto por organizações internacionais, como a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) e a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), reconhecendo que existe um vínculo muito estreito entre o ambiente, as doenças em animais e a saúde humana.