A cadeia produtiva da carne no Brasil é a referência para o EMP (Emerging Markets Program) ou, ainda, o Programa de Mercados Emergentes, na tradução livre para o português. O projeto do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), com apoio de empresas do setor privado, tem como objetivo a expansão das relações comerciais com economias em desenvolvimento. Além disso, busca estudar e assessorar essas regiões para possíveis parcerias na produção de alimentos.
Na América Central e Latina, o programa compreende a Nicarágua, Honduras, Colômbia e Brasil, países cujo foco do EMP está na pecuária bovina de corte. Desde o começo do ano passado, acompanhamentos técnicos in loco, que correspondem à fase inicial do programa, vêm sendo realizados. No Brasil, as visitas ocorreram no final de janeiro de 2014 e a (boa) diferença para com os outros é que o nosso sistema produtivo tem sido usado como um caso de sucesso para os vizinhos tropicais.
Semelhanças
Daniel Carvalho, gerente de produto corte da CRI Genética Brasil, São Carlos (SP), acompanhou a comitiva na Nicarágua, Colômbia e Honduras e foi um dos responsáveis por organizar as visitas no Brasil. De acordo com Carvalho, as características climáticas e de relevo, são similaridades encontradas entre os países, mas “o Brasil já pode ser colocado como um mercado consolidado e foi escolhido como um exemplo a ser seguido”. A partir da experiência brasileira, o USDA procura formas de “intercambiar os que nós desenvolvemos e adaptar aos outros do grupo”.
A CRI Genética Brasil, central de inseminação, é a representante brasileira da CRI (Cooperative Resources International), multinacional especializada em genética bovina e apoiadora do EMP.
Do pasto ao prato
Nas visitas, o objetivo foi conhecer desde a utilização da genética, passando pelas formas de sistema - a pasto e confinamento, manejos nutricionais e reprodutivos e ambientes de produção, chegando ao frigorífico e culminando nas formas de comércio da carne.
“A intenção foi percorrer o caminho do pasto ao prato mesmo”, enfatiza Daniel. Os locais visitados no Brasil se dividiram entre o Estado do Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul. Na região centro-oeste do País, a comitiva conheceu fazendas de genética de Nelore e de ciclo completo (cria, recria e engorda), a pasto e em confinamento, focadas no cruzamento industrial com genética CRI, principalmente, na raça Angus sobre matriz Nelore. Na capital sul mato-grossense, observaram a planta frigorífica e um confinamento do grupo JBS, a Embrapa e casas de comercialização de carne de todos os tipos: açougues, grandes redes varejistas e até boutiques de carne Premium.
No Sul, o cenário permitiu explorar a realidade do Angus puro, em criatório promotor de genética e rebanho comercial. Lá, também, a participação de integrantes da ABA (Associação Brasileira de Angus) possibilitou a apresentação do panorâmico da raça no Brasil, abordando as experiências e os benefícios da utilização, especialmente no cruzamento, para a pecuária contemporânea.
“As visitas ocorridas no Brasil superaram a expectativa dos representantes americanos e certamente impressionará os nicaraguenses, hondurenhos e colombianos, quando vierem ao Brasil, daqui cerca de um mês”, informa Carvalho. Ele completa dizendo que nos outros países do EMP, o nível de melhoramento genético da base ainda é relativamente baixo e o cruzamento industrial, consequentemente, pouco explorado. “Há muito no que se trabalhar e o exemplo brasileiro apresentado mostra que a cadeia produtiva da carne nos trópicos pode ser eficiente, se bem planejada e orientada”, conclui.
Próxima Etapa
A equipe do EMP, com todos os integrantes dos países visitados, retornará ao Brasil no próximo mês para a conferência que reunirá os pecuaristas, representantes, membros das associações e de empresas envolvidas. O evento será em Campo Grande (MS). A data e a programação ainda não foram divulgadas.
Fonte: Berrante Comunicação EMP CRI