Aftosa Erradicada no Ceará

O Jornal Diário do NE publicou na edição de hoje, 11/05, editorial sobre a Erradicação da Febre Aftosa no Ceará.

Segue, abaixo, o texto em sua integralidade:

Aftosa Erradicada

A vocação histórica do Ceará para a pecuária tem raízes fincadas nas antigas oficinas de charqueadas, migradas daqui para o Rio Grande do Sul, onde deu origem à tradicional indústria de carnes alimentadoras dos churrascos gaúchos. Entretanto, no Ceará a atividade da pecuária é condicionada aos bons ou maus invernos.

Os prejuízos das atividades pecuárias no Polígono das Secas se acumulam há quatro anos. No primeiro ano de estiagem, em 2012, a região perdeu 4 milhões de animais, afetando de modo especial os pequenos criadores, habituados a colocar seus rebanhos nos pastos naturais deixados pelas roças, depois das colheitas do feijão e do milho, culturas de sustentação da agricultura de subsistência regional.

Pois bem: mesmo com toda dificuldade gerada pelas estiagens sucessivas, os criadores conseguiram prolongar a vacinação do que restou de seu rebanho bovino e bubalino, de tal modo a garantir a conquista do território livre da febre aftosa, reconhecimento internacional da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). A adesão em massa dos criadores foi gesto determinante para a conquista.

Com base nos avanços proporcionados por esse passo decisivo para a sanidade animal do rebanho bovino, a Campanha Estadual Contra a Febre Aftosa empreende, no momento, mais uma etapa de seu esforço para consolidar a conquista da condição de espaço territorial livre da enfermidade animal. Ganham, com isso, o Estado e os detentores de rebanhos isentos desse risco.

A febre aftosa é enfermidade contagiosa característica dos rebanhos animais de casco fendido como os bovinos, bubalinos, suínos, ovinos e caprinos. Como se observa, toda a cadeia de produção animal pode se contaminar com essa doença de risco, por conta dos prejuízos causados aos rebanhos afetados. O Ceará, há 8 anos, não registra uma só recidiva.

O estágio atual decorreu de décadas de esforços desenvolvidos pelos gestores dos programas de desenvolvimento da pecuária engajados na batalha para eliminar os focos da enfermidade e os riscos de seu retorno, especialmente num meio produtor pouco acostumado a se voltar, com afinco, para a sanidade animal. Portanto, a vitória festejada nos últimos anos resulta da mobilização realizada há décadas para tornar a vacinação rotina anual como ocorre hoje.

O Ceará concentra rebanho de 2,6 milhões de bovinos, 95% dos quais vacinados, portanto, protegidos contra o ressurgimento da febre aftosa. O último surto foi registrado, em 1997, no município de Porteiras, nos limites do Ceará com Pernambuco. A tendência é conseguir alcançar a vacinação de 100% do rebanho diante da receptividade demonstrada pelos criadores.

A atuação continuada da Secretaria de Desenvolvimento Agrário para livrar-se do risco dessa enfermidade contagiosa colocou o Ceará em condições de competitividade com as unidades da Federação livres da doença. Ao mesmo tempo, abriu seu mercado para a venda de carnes no exterior e no mercado interno, de animais de alta linhagem. Favoreceu, ao mesmo tempo, a realização de grandes exposições agropecuárias.

Embora a estiagem dos últimos quatro anos tenha reduzido o rebanho bovino pela ausência de alimentos, a parte mais afetada foi a dos pequenos criadores, descapitalizados e sem o costume de produzir alimentos para as fases críticas. Atualmente, esse quadro vem sendo alterado. Os esforços dos órgãos de fomento agrícola se voltam, agora, para o estímulo à produção de ração animal.

 (Créditos - Diário do Nordeste)

 

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