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O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado do Ceará (CRMV-CE) alerta para os riscos da Varíola do Macaco, ao mesmo tempo que informa que, embora a nomenclatura da enfermidade, o atual surto mundial não tem relação de transmissão entre animais e seres humanos, tendo todas elas ocorridos a partir do contato entre seres humanos. O Ceará tem um caso suspeito da doença. Desde maio, segundo a OMS, pessoas com essa enfermidade foram identificadas em 22 países fora da África.

“O CRMV-CE vem à público informar que embora a nomenclatura da doença, a transmissão que o ocorre da Varíola de Macaco neste momento no mundo tem origem através do contato humano com humano. Lembramos à população que esses animais não devem sofrer nenhuma retaliação, tais como agressões, mortes, afugentamento, ou quaisquer tipos de maus-tratos por parte da população”, declarou o Presidente do CRMV-CE, Francisco Atualpa Soares Júnior, enfatizando que o animal é vítima e que maus-tratos a animais é crime.

O Presidente do CRMV-CE informou ainda que a doença se trata de uma zoonose, doença que teve origem animal, mas que por questões como o crescimento desordenado das cidades, desmatamento, introdução de animais silvestres em áreas urbanas, entre outros, possibilitou que a doença tivesse o contato com o ser humano, sendo transmitida também pelo homem.

A Varíola do Macaco foi introduzida em alguns países, a exemplo dos EUA, por outros animais, a exemplo de ratos oriundos de outros países. A Monkeypox, como também é conhecida, é uma zoonose viral com sintomas semelhantes aos observados no passado em pacientes com varíola, porém com uma apresentação clínica de menor gravidade. Foi descoberta em 1958, quando dois surtos de uma doença semelhante à varíola ocorreram em colônias de macacos mantidos para pesquisa, daí o nome "Monkeypox". O primeiro caso humano da Monkeypox foi registrado em 1970 na República Democrática do Congo, durante um período de esforços intensificados para eliminar a varíola.



TRANSMISSÃO DA DOENÇA
A doença é transmitida principalmente por meio de contato direto ou indireto com sangue, fluidos corporais, lesões de pele ou mucosa de animais infectados. A transmissão secundária, ou seja, de pessoa a pessoa, pode ocorrer por contato próximo com secreções respiratórias infectadas, lesões de pele de uma pessoa infectada ou com objetos e superfícies contaminadas.

SINAIS E SINTOMAS
O período de incubação (intervalo desde a infecção até o início dos sintomas) da Monkeypox é geralmente de 6 a 13 dias, podendo variar de 5 a 21 dias. Clinicamente, a infecção pode ser dividida em dois períodos:

- O período febril (entre os dias 0 e 5): caracterizado por febre, cefaleia intensa, adenopatia (inchaço dos gânglios linfáticos), dor nas costas, mialgia (dores musculares) e astenia intensa (falta de energia).
- Além do período de erupção cutânea (entre 1 e 3 dias após o início da febre): quando aparecem as diferentes fases da erupção cutânea, que geralmente afeta primeiro o rosto e depois se espalha para o resto do corpo. As áreas mais afetadas são a face (em 95% dos casos), as palmas das mãos e as plantas dos pés (em 75% dos casos). Também são afetadas as mucosas orais (em 70% dos casos), genitália (30%) e conjuntiva (20%), bem como a córnea.



TRATAMENTO E VACINAÇÃO
Não existem tratamentos específicos para a infecção pelo vírus da Monkeypox. Os sintomas dessa doença geralmente desaparecem naturalmente. É importante cuidar da erupção deixando-a secar ou cobrindo-a com um curativo úmido para proteger a área afetada, se necessário. Deve-se orientar o paciente a evitar tocar em feridas na boca ou nos olhos. Além disso, os cuidados clínicos para pacientes hospitalizados com a enfermidade devem ser totalmente otimizados para aliviar os sintomas, gerenciar complicações e prevenir sequelas a longo prazo, além das medidas de prevenção de infecções secundárias.

A vacinação contra a varíola demonstrou ajudar a prevenir ou atenuar a doença e proteger contra a Varíola do Macaco, com uma eficácia de 85%. As pessoas vacinadas contra a varíola demonstraram, no passado, ter alguma proteção contra Monkeypox. No entanto, deve-se notar que a vacinação contra a varíola terminou em 1980. Após isso, a doença foi declarada erradicada. Porém, as vacinas contra a varíola não estão mais disponíveis no mercado para a população geral e como os casos da atual doença são raros, a vacinação universal não é indicada, até porque, hoje, não existem vacinas contra a Varíola do Macaco registradas no Brasil.

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