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Após quatro anos de trabalho e articulação do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), o Ministério da Educação (MEC) homologa as novas Diretrizes Curriculares nacionais (DCNs) do curso de graduação de Medicina Veterinária. A publicação foi feita na edição do Diário Oficial da União desta quinta-feira (1) e as Instituições de Ensino Superior (IES) têm dois anos para se adaptar às novas exigências.

Uma das principais alterações é o estágio em formação em serviço, que exige trabalho prático dos estudantes nos últimos dois semestres do curso. “No final do curso, os alunos terão, no máximo, 10% de teoria, sendo todo o resto voltado para formação em serviço, atuando com a presença permanente do professor em diferentes áreas da profissão”, explica o presidente da Comissão Nacional de Educação em Medicina Veterinária (CNEMV/CFMV), Rafael Mondadori.  

Dentre os avanços, o professor Mondadori afirma que está muito claro que a atividade prática é indispensável com a presença de animais, ou seja, os cursos têm de ter casuística adequada para aprendizagem. Também reforça a utilização de metodologias ativas durante a formação, com a existência de programa permanente de avaliação e formação do corpo docente das IES, além de regulamentar o TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) e destacar a relevância estágios curriculares e atividades complementares.

As Diretrizes ainda definem que as instituições tenham de ofertar serviço médico-veterinário, tendo de tratar do planejamento, da avaliação, da participação e do gerenciamento da estrutura. Elas devem ter hospital ou clínica veterinária próprios para animais de produção e de companhia. “Com a fiscalização adequada, só poderá manter funcionamento a instituição com estrutura apropriada para formação profissional”, avalia Mondadori. A fazenda pode ser própria ou conveniada, mas as Diretrizes definem quais as áreas que devem ter na fazenda, como bovinocultura de corte, de leite, avicultura, suinocultura, equinocultura, ovino, caprino e psicultura.

Também ficou clara nas DNCs, segundo o professor, as questões de Saúde Única (saúde humana, animal e ambiental), de sustentabilidade econômica, social e ambiental, e da importância do bem-estar animal. “Inclusive, deixa bastante objetivo que temas como meio ambiente, bem-estar animal, legislação e ética devem ser abordados de forma transversal e não serem tratados em disciplinas específicas”, diz.

De acordo com o presidente da CNEMV, não houve mudanças sobre as competências e habilidades gerais relacionadas às questões humanísticas, pois já era algo moderno. Por outro lado, as DCNs destacaram a importância das doenças emergentes e reemergentes e ainda orienta as instituições dizendo quais são os tópicos que devem constar no projeto pedagógico, com ênfase para pesquisa e iniciação científica.

Histórico

O processo de atualização das Diretrizes Curriculares Nacionais do curso de graduação de Medicina Veterinária começou em 2014, quando o CFMV realizou em um Seminário de Ensino e trabalhou em cima das DCNs vigentes à época que eram de 2003. Na ocasião, os grupos de trabalho sugeriram os diversos temas que necessitavam de atualização.

Em 2015, a CNEMV trabalhou na consolidação dessas sugestões e, no ano seguinte, enviou o documento para as comissões de Educação dos Conselhos Regionais de Medicina Veterinária (CRMVs) e IES, visando ter contribuições e suporte de todos os atores envolvidos no processo. Em 2017, o CFMV entregou a primeira versão das DCNs ao Conselho Nacional de Educação (CNE), quando participou do debate sobre a proposta, que passou por edições e teve uma minuta fechada ao final do ano. A Câmara de Educação Superior do CNE, em 2018, fez a minuta do parecer, que foi aprovado pelo CNE em 23 de janeiro (Parecer nº 70/2019), homologado pelo MEC nesta data.

Assessoria de Comunicação Social

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