O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado do Ceará (CRMV-CE) promoveu Seminário sobre o amparo legal de procedimentos relativos à Leishmaniose Visceral Canina (LVC) para médicos veterinários, no último dia 29 de agosto, no Auditório Central da Universidade Estadual do Ceará (UECE).
A atividade teve objetivo sanar dúvidas e estimular o diálogo sobre a doença que vem acometendo cães, como forma de esclarecer procedimentos, práticas e políticas realizadas para lidar com a enfermidade.
Entre os assuntos abordados estiveram a atuação da Comissão Nacional de Saúde Pública Veterinária do CFMV, situação atual da Leishmaniose Visceral Canina no Estado do Ceará, ações de controle da Leishmaniose Visceral Canina pela Coordenadoria Geral de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, além de mesa redonda entre representantes do Conselho Federal e Regional de Medicina Veterinária e Secretaria de Saúde do Estado.
Salette Lobão, secretária-geral do CRMV-CE lembrou da importância do evento para o fortalecimento da profissão, da saúde única e da prevenção dessa doença entre animais e humanos. Atentou que cada um deve fazer a sua parte, que os médicos veterinários devem participar mais dos eventos e das atividades promovidas pelo Conselho para se capacitarem, podendo desenvolver suas atividades de forma adequada e dentro do que determina a legislação, afirmando que a entidade a qual representa vem fazendo sua parte na divulgação e capacitação dos seus inscritos em temas estratégicos para a Medicina Veterinária e Zootecnia.
Impressões do Evento
Membro da Comissão Assessora de Saúde Única do CRMV-CE, Dra Naylê Holanda, lembrou que o evento foi muito importante para a classe médica veterinária, local de interlocução em busca do amadurecimento do papel do profissional veterinário dentro da Saúde Pública, principalmente no tocante ao controle da Leishmaniose. “Estamos enfrentando muitos desafios nesse controle, cada dia nos surpreendemos com o aumento de casos humanos. Nós veterinários temos que entender mais sobre a história natural da doença, para que possamos ter mais conhecimentos e realizemos as ações de controle de forma mais eficaz e com melhores respostas à sociedade”, completou.
Já Ana Paula Cunha, assessora técnica do grupo de trabalho das Leishmanioses, do Núcleo de Vetores da Secretaria de Saúde do Estado, lembrou que tanto para a sociedade quanto para os profissionais, as práticas para a manutenção da saúde e não proliferação da Leishmaniose devem nortear as atividades dos profissionais e devem ser claras. “ A questão da Leishmaniose está bem complicada e o evento foi idealizado por grupo de veterinários para esclarecer à população e aos profissionais o que deve ser feito. O cão dando positivo tem duas opções, ou a eutanásia ou o tratamento. Infelizmente nossa realidade não possibilita tratamento, em grande parte das vezes, pois a maioria das pessoas não tem condição de tratar, por ser muito caro. A gente pede apoio na questão da difusão do conhecimento sobre a eutanásia, apoio do Ministério Público, APRECE, para que as pessoas tomem conhecimento de que essa é uma questão de saúde pública, que precisa ter medidas concretas. Se faz necessário esclarecer o papel do médico veterinário no cuidado da doença à população, para que se quebrem estigmas, possibilitando que o trabalho dele seja feito da forma correta”, afirmou
Para a médica Veterinária Ana Sinara, que assistiu todas as discussões do evento, ações como essas devem ser replicadas, podem ajudam a sanar dúvidas. “A gente sabe que a população ainda não tem conhecimento sobre a doença, sobre a gravidade, pois sempre se nota um conflito em relação à eutanásia, sem se colocar em questão a gravidade para a saúde pública em manter um animal doente, que acaba causando doenças principalmente em uma população de baixa renda. Precisamos de mais momentos como esses para esclarecer inclusive o que deve ser feito pelos próprios profissionais, pois ainda tem muitos questionamentos e dúvidas em relação ao que ser feito, ao tratamento da Leishmaniose”, disse.
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